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- Crédito pessoal para pagar a entrada de uma casa é possível?
- Publicado em: 08/05/2023
- Atualizado em: 03/05/2024
- Redator: Francisca Silva
- Revisor: Pedro Leite
Saiba neste artigo se poderá pedir um crédito pessoal para dar entrada de um imóvel
Por se tratar de um investimento bastante elevado, é frequente o recurso ao crédito habitação para a compra de um imóvel. Atualmente, grande parte dos bancos não financia a totalidade do empréstimo e existem despesas extra a cobrir. Neste sentido, uma dúvida frequente é se um crédito pessoal poderá complementar o empréstimo habitação.
o que é necessário para pedir um empréstimo habitação
Ao longo deste artigo, apresentamos alguns dos aspectos que deverá ter em atenção pedir o seu crédito habitação. Conheça ainda o crédito consolidado – a solução para melhorar a performance financeira e aumentar a poupança mensal.
Principais questões sobre o crédito habitação
Se preferir, utilize a ajuda do sumário para melhorar a navegação.
1 - É possível solicitar um empréstimo pessoal para cobrir o valor que o banco não financia?
Não. Segundo o Banco de Portugal, quem quiser contratar um crédito habitação no qual o financiamento corresponda a Isto porque, caso recorra a um crédito pessoal para complementar o crédito habitação, irá ficar a pagar duas prestações de crédito ao mesmo tempo. E, no caso de um crédito pessoal, as taxas de juro são mais elevadas, e o prazo do empréstimo mais curto.
Por isso, ao adicionar uma mensalidade de um crédito pessoal à de um crédito habitação, irá disparar a sua taxa de esforço, que, para ser saudável, não deverá ultrapassar os 30%. Como consequência, poderá estar a pôr em risco as finanças pessoais dos mutuários, o que aumentará significativamente o risco de entrar em incumprimento bancário.
Esta regra foi instituída pelo Banco de Portugal em julho de 2018, no âmbito de um pacote de recomendações relativas à concessão de créditos, com novos limites aos critérios de avaliação de risco. No caso do crédito habitação, a recomendação que vigora até hoje é que o rácio LTV deve ser inferior ou igual a 90% do valor solicitado para uma habitação própria e permanente.
Na prática, isto significa que:
O banco pode financiar no máximo 90% do valor da avaliação ou da aquisição, o que for mais baixo.
2 - É sempre necessário ter uma reserva de 10% do valor do imóvel?
Para grande parte dos casos, será necessária uma poupança superior a 10% do valor do imóvel. Salienta-se, contudo, que:
Não existem garantias que os bancos irão financiar o valor do imóvel a 90%.
Além disso, a compra de um imóvel envolve também outras despesas, como nomeadamente:
- Contratação do Crédito.
- Pagamento de impostos.
- Comissões.
- Encargos: com todo o processo de aquisição.
Deste modo, deverá preparar-se financeiramente para cobrir no mínimo 10 a 20% do valor do imóvel que queira comprar. O ideal é que possua capitais próprios superiores a este valor para cobrir as restantes despesas. Além disso, ao celebrar o Contrato de Promessa Compra e Venda (CPCV), o vendedor do imóvel irá exigir uma entrada de aquisição do imóvel, que geralmente irá variar entre os 10% e 20% deste.
Exemplo da Joana e do António, que recorreram ao crédito habitação para comprar um imóvel
A Joana e o António queriam adquirir uma habitação avaliada em 150000€. Para obter a aprovação do Banco para o empréstimo, o casal teria que ter na sua posse entre 10% e 20% desse valor. Ou seja, entre 15000 e 30000€ euros.
NOTA:
- A única excepção em que o casal poderia ser financiado num crédito habitação a 100% seria para a aquisição de imóveis detidos pelas instituições bancárias e contratos de locação financeira imobiliária. No entanto, atualmente, o número de imóveis disponíveis e o acesso a este tipo de financiamento é muito limitado.
3 - Porque é que poderá ser perigoso tentar obter crédito pessoal para dar entrada para um imóvel?
Primeiramente, porque tentar contornar as leis e recomendações do Banco de Portugal não será visto com bons olhos, por estar a tentar obter duplos financiamentos. Em segundo lugar, tal como já foi referido anteriormente, terá um impacto significativo na sua taxa de esforço, e inviabilizar o pedido.
Vejamos o seguinte exemplo:
- Se quiser adquirir um imóvel que custa 200000€ e o banco financiar 90% desse valor, precisará de 20000€ para cobrir os restantes 10% não financiados pelo banco. Relativamente ao crédito habitação, se conseguir uma TAN de 2,5% e uma maturidade 420 meses (35 anos), fica com uma prestação mensal de 679,24€.
Ao somar essas duas parcelas, o valor total a ser pago mensalmente dos dois créditos é de 984,93€. Se os rendimentos do seu agregado familiar fossem de 2000€, sua taxa de esforço chegaria a 49%, o que é preocupante, e pode levar à recusa do seu crédito habitação. De fato, se a taxa de esforço ultrapassar os 50%, as instituições financeiras não podem aprovar um novo crédito.
Se não tivesse solicitado um empréstimo pessoal, a taxa de esforço seria de 34%, o que também não é o ideal.
Relembramos que uma taxa de esforço saudável não deverá exceder os 30%.
No entanto, se oferecer boas garantias e o risco de financiamento for baixo, é possível obter a pré-aprovação do seu crédito habitação.
Em suma, ao solicitar um crédito pessoal para complementar o crédito habitação antecipadamente, arrisca o pagamento de um crédito sem qualquer propósito – uma vez que o crédito habitação poderá acabar por ser recusado. Acabará por não conseguir adquirir a habitação tão desejada, e ainda ficará a pagar um empréstimo, com juros muito elevados.
Por fim, salienta-se ainda que, se as taxas de juros continuarem a aumentar, como se tem verificado ao longo dos últimos tempos, a sua situação financeira poderá ficar ainda mais comprometida. Por isso, antes de dar esse passo, é fundamental preparar-se com calma para a compra da casa, criando uma poupança significativa.
Crédito Consolidado para melhorar a poupança mensal
Se estiver a pagar vários créditos em bancos diferentes, e gostava de aumentar a sua poupança mensal, por exemplo, para conseguir dar a entrada para a casa dos seus sonhos, o crédito consolidado pode ajudar. Consolide os seus créditos e junte várias prestações, pagas em bancos e datas diferentes, em apenas uma mais baixa, que será paga em apenas um banco e numa só data.
Melhore assim a sua situação financeira, e reduza também a sua taxa de esforço. Se desejar, poderá ainda solicitar um montante de liquidez extra que poderá ser utilizada para o ajudar a dar uma entrada para um crédito habitação. Peça já a sua análise gratuita e sem compromissos, com a e-loan Soluções Financeiras.
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