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Empresas públicas em crise: 35 já estão em “falência técnica”
O défice das empresas públicas agravou-se. 35 estão em falência técnica e o setor da saúde concentra 93% das perdas, segundo o CFP.
- Publicado em: 27/11/2025
- Atualizado em: 27/11/2025
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O mais recente relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) revela um agravamento acentuado das contas das empresas públicas em Portugal: o défice global das empresas não financeiras do Setor Empresarial do Estado (SEE) subiu 546 milhões de euros em 2024, atingindo -1 312 milhões de euros.
- Dos 88 grupos empresariais não financeiros analisados, só 36 fecharam o ano com resultados positivos, enquanto 52 encerraram com perdas de 1,9 mil milhões de euros no total.
- O setor da saúde foi o mais atingido: concentrou 93 % das perdas do SEE, com um buraco patrimonial que ronda os 1,7 mil milhões de euros.
Além disso, o relatório destaca que, no fim de 2024, 35 empresas públicas apresentavam capitais próprios negativos. Este número representa um aumento face a 2023.
Entre as empresas mais descapitalizadas estão Parvalorem, herdeira dos passivos do antigo BPN, TAP SGPS e algumas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como a ULS de São José, a ULS de Coimbra e a ULS da Arrábida. Estas cinco concentram 86 % do capital negativo do conjunto.
Este quadro evidencia a pressão crescente sobre as finanças públicas e sugere que, sem reformas profundas, o Estado se tornará cada vez mais responsável por recapitalizar empresas deficitárias, com impacto direto no orçamento nacional.